Porquê Entre DOURO e MINHO ?


Porque, nasci numa cidade duriense das mais bonitas, Lamego. Porque, migrei para a cidade de Gaia, no início da década de 60, onde vivo a minha juventude, e permaneço até hoje. Porque, a partir da década de 90 divido a minha vida, com Cabeceiras de Basto.
É Entre DOURO e MINHO, porque complemento a minha vida com o rural duriense, o rural minhoto e o urbano, do litoral. Será desta grande região, tão diferente entre as suas gentes, mas tão NORTENHAS, que exporei uma das minhas grandes paixões - como amador e autodidacta - a fotografia, bem como escritos sobre esta tão vasta região...

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quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Barco Rabelo «002»



O barco rabelo é uma embarcação portuguesa, típica do Rio Douro que tradicionalmente transportava as pipas de vinho desde o do Alto Douro, onde as vinhas se localizam, até Vila Nova de Gaia, onde o vinho era armazenado, tratado e, posteriormente, comercializado e enviado para todo o mundo.
É um barco de rio de montanha, embarcação de fundo chato, propositadamente construída para navegar nos terríveis rápidos do Douro.


 

Por forma, a navegar os rápidos de uma vez só, os rabelos precisavam de ser posicionados com grande precisão no rio. Uma vez apanhados na corrente, nada mais restava à tripulação do que ter esperar e rezar que estes emergissem incólumes nas águas calmas que se seguiam. Era o único meio de transporte entre as vinhas no Douro e as caves em Vila nova de Gaia.
Capaz de transportar até 100 barris de vinho, os rabelos, eram instantaneamente reconhecidos pelo seu longo e elegante remo de direção.


 

Doze homens incrivelmente corajosos e fortes compunham a tripulação de cada rabelo, todos eles sabendo que a próxima jornada poderia ser a sua última.
Quando não havia corrente, os rabelos navegavam à vela ajudada por ventos favoráveis ou puxados por sirgas (cordas) a partir de caminhos, por homens ou por juntas de bois.


Apesar da incrível habilidade das tripulações, muitas vidas foram perdidas no Douro, incluindo o Barão de Forrester, que pereceu em 1861, juntamente com o seu lendário cinto de dinheiro cheio de ouro.

Após a conclusão da primeira via ferroviária do Douro, terminada em 1887, e o desenvolvimento das comunicações rodoviárias, durante o séc. XX, o tráfego fluvial assegurado pelos barcos rabelos, entrou em declínio.


Em 1961, no início do programa de aproveitamento hidro-eléctrico do Douro nacional, apenas restavam seis barcos rabelos em atividade permanente, dos cerca de 50 que chegaram a navegar no Douro.

A última viagem comercial de um rabelo crê-se ter ocorrido em 1964.



Atualmente, com uma atividade diferente, os rabelos são utilizados na famosa regata do São João, aquando das festas populares da cidade do Porto, passeios no rio Douro, muito procurados pelos turistas, e outras iniciativas para recordar os seus tempos de glória.
O rabelo, pela sua origem, pelos seus serviços colaborador da prosperidade duriense, é o brasão de armas da região, símbolo heráldico, honroso e inconfundível, de uma região única no mundo.

ACTUALIZADO em 28-10-2015


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